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13 de Janeiro de 2005
História da Fundação do município de Americana
Americanos sulistas derrotados na Guerra da Secessão vieram ao Brasil à procura de trabalho e se instalaram em uma vila, chamada Villa Americana, que mais tarde viria a originar a cidade
O ano é de 1865. Terminava a Guerra de Secessão nos Estados Unidos. Os estados do sul ficaram arrasados pela perda de terras, escravos e pela humilhação da derrota para os inimigos Yankees (dos estados do norte), que defendiam incentivos às indústrias e o fim da escravidão. E foi a insatisfação dos sulistas, aliada à política brasileira de incentivo à imigração para substituir a mão-de-obra e investir no crescimento da agricultura e do país, que fez com que cerca de 2,7 mil americanos desembarcassem no Brasil até o ano de 1867.
A viagem de navio era cansativa, durava de 30 a 60 dias. Os estrangeiros se estabeleceram em várias regiões do país, mas a maioria se encaminhou para o interior do Estado de São Paulo, que contava com estradas de ferro ligadas ao porto de Santos - o que facilitava o escoamento da produção agrícola.
De todas as regiões que acolheram americanos, Santa Bárbara D"Oeste, cidade a 150 km de São Paulo, foi a que mais se desenvolveu. Uma vez estabelecidos, os americanos recebiam o restante da família e outros conterrâneos. Em Santa Bárbara D"Oeste, um grupo desses imigrantes se instalou ao redor da Fazenda do Salto Grande (hoje o Museu Histórico e Pedagógico "Conselheiro Carrão"), responsável pelo cultivo de cana e fabricação de açúcar. Aos poucos, os americanos introduziram o cultivo do algodão e ali nascia a Vila Americana.
O período de adaptação que se seguiu incluiu mímicas para a comunicação com os brasileiros e empregados. Muitas vezes, no entanto, quem aprendia outra língua eram os próprios brasileiros. Algumas famílias compraram escravos para ajudar na lavoura ou na criação dos filhos, embora tenham aberto mão destes em 1888, com a abolição dos escravos. Outros retornaram ao seu país depois de dificuldades de adaptação.
Muitos profissionais liberais como professoras, médicos e dentistas também emigraram dos Estados Unidos, trabalhando no comércio e trazendo conhecimentos e métodos mais avançados. A introdução do arado, ao invés da enxada usada pelos brasileiros, diminuiu o tempo de preparo do solo e aumentou a produtividade. Nas lavouras de algodão, foi adotada a técnica de rotação de cultura, alternando com o cultivo de milho e cana, para amenizar o problema de exaustão do solo. Muitas vezes, os americanos traziam sementes de diversas plantas como forma de trazer um pedaço de sua nação. Entre alguns exemplos estão as melancias da Geórgia e a noz pecã, hoje cultivada no sul do Brasil.
Algumas tradições americanas foram, pouco a pouco, sendo absorvidas pela cultura local, mas outras foram incorporadas e difundidas pelo país. O famoso frango frito, a broa de milho, as panquecas, os waffles e as tortas doces e salgadas vêm da cultura americana. Os edredons de penas ou de algodão eram confeccionados pelas americanas que se reuniam para costurar e por as conversas em dia, enquanto seus maridos estavam no campo.
A primeira geração de americanos procurava conservar sua cultura, falando apenas inglês e casando seus filhos com membros de famílias americanas. A partir da terceira geração, no entanto, os jovens que foram crescendo, mudavam-se para as cidades grandes em busca de continuar seus estudos. Alguns se aventuraram pelo nordeste e outros casaram-se com brasileiros ou outros imigrantes.
Com o desenvolvimento da Vila, através da expansão da cultura do café, torna-se necessária uma estação ferroviária para transportar o produto agrícola da região. Em virtude disso, os produtores de café mobilizam-se para a construção da estrada de ferro. Em 1875, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro inaugura a Estação de Santa Bárbara, com a presença do Imperador Dom Pedro 2º e comitiva real. A construção da estrada atrai vários trabalhadores, muitos imigrantes portugueses, moradores e comerciantes das cidades vizinhas, gerando um aumento da distribuição e consumo dos produtos agrícolas, além de dar início à formação de uma vila operária.
Os habitantes de Santa Bárbara d"Oeste acreditavam no direito de cobrar impostos sobre as atividades comerciais, produtos agrícolas e residências dos moradores da Villa Americana. No entanto, o povoado americanense alegou estar no território de Campinas. No dia 24 de julho é criado o Distrito de Paz, que confirma a alegação dos moradores da vila de que Americana pertence a Campinas. E é nesse momento que tem início a história centenária do Registro Civil de Americana, pois o Distrito de Paz era também responsável pelos registros de nascimento, casamento e óbito da população local. Mas foi no dia 7 de janeiro do ano seguinte, 1905, que o Cartório do Registro Civil foi oficialmente instalado na cidade, tendo como primeiro Oficial o Sr. José Aranha Neto.
Aos 12 de novembro de 1924, a Vila Americana conquista sua autonomia política e administrativa, constituindo o Município de Villa Americana. O nome Americana somente passou a designar a cidade a partir de março de 1939, e esta se desenvolveu muito, sendo hoje uma das maiores da região.
O ano é de 1865. Terminava a Guerra de Secessão nos Estados Unidos. Os estados do sul ficaram arrasados pela perda de terras, escravos e pela humilhação da derrota para os inimigos Yankees (dos estados do norte), que defendiam incentivos às indústrias e o fim da escravidão. E foi a insatisfação dos sulistas, aliada à política brasileira de incentivo à imigração para substituir a mão-de-obra e investir no crescimento da agricultura e do país, que fez com que cerca de 2,7 mil americanos desembarcassem no Brasil até o ano de 1867.
A viagem de navio era cansativa, durava de 30 a 60 dias. Os estrangeiros se estabeleceram em várias regiões do país, mas a maioria se encaminhou para o interior do Estado de São Paulo, que contava com estradas de ferro ligadas ao porto de Santos - o que facilitava o escoamento da produção agrícola.
De todas as regiões que acolheram americanos, Santa Bárbara D"Oeste, cidade a 150 km de São Paulo, foi a que mais se desenvolveu. Uma vez estabelecidos, os americanos recebiam o restante da família e outros conterrâneos. Em Santa Bárbara D"Oeste, um grupo desses imigrantes se instalou ao redor da Fazenda do Salto Grande (hoje o Museu Histórico e Pedagógico "Conselheiro Carrão"), responsável pelo cultivo de cana e fabricação de açúcar. Aos poucos, os americanos introduziram o cultivo do algodão e ali nascia a Vila Americana.
O período de adaptação que se seguiu incluiu mímicas para a comunicação com os brasileiros e empregados. Muitas vezes, no entanto, quem aprendia outra língua eram os próprios brasileiros. Algumas famílias compraram escravos para ajudar na lavoura ou na criação dos filhos, embora tenham aberto mão destes em 1888, com a abolição dos escravos. Outros retornaram ao seu país depois de dificuldades de adaptação.
Muitos profissionais liberais como professoras, médicos e dentistas também emigraram dos Estados Unidos, trabalhando no comércio e trazendo conhecimentos e métodos mais avançados. A introdução do arado, ao invés da enxada usada pelos brasileiros, diminuiu o tempo de preparo do solo e aumentou a produtividade. Nas lavouras de algodão, foi adotada a técnica de rotação de cultura, alternando com o cultivo de milho e cana, para amenizar o problema de exaustão do solo. Muitas vezes, os americanos traziam sementes de diversas plantas como forma de trazer um pedaço de sua nação. Entre alguns exemplos estão as melancias da Geórgia e a noz pecã, hoje cultivada no sul do Brasil.
Algumas tradições americanas foram, pouco a pouco, sendo absorvidas pela cultura local, mas outras foram incorporadas e difundidas pelo país. O famoso frango frito, a broa de milho, as panquecas, os waffles e as tortas doces e salgadas vêm da cultura americana. Os edredons de penas ou de algodão eram confeccionados pelas americanas que se reuniam para costurar e por as conversas em dia, enquanto seus maridos estavam no campo.
A primeira geração de americanos procurava conservar sua cultura, falando apenas inglês e casando seus filhos com membros de famílias americanas. A partir da terceira geração, no entanto, os jovens que foram crescendo, mudavam-se para as cidades grandes em busca de continuar seus estudos. Alguns se aventuraram pelo nordeste e outros casaram-se com brasileiros ou outros imigrantes.
Com o desenvolvimento da Vila, através da expansão da cultura do café, torna-se necessária uma estação ferroviária para transportar o produto agrícola da região. Em virtude disso, os produtores de café mobilizam-se para a construção da estrada de ferro. Em 1875, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro inaugura a Estação de Santa Bárbara, com a presença do Imperador Dom Pedro 2º e comitiva real. A construção da estrada atrai vários trabalhadores, muitos imigrantes portugueses, moradores e comerciantes das cidades vizinhas, gerando um aumento da distribuição e consumo dos produtos agrícolas, além de dar início à formação de uma vila operária.
Os habitantes de Santa Bárbara d"Oeste acreditavam no direito de cobrar impostos sobre as atividades comerciais, produtos agrícolas e residências dos moradores da Villa Americana. No entanto, o povoado americanense alegou estar no território de Campinas. No dia 24 de julho é criado o Distrito de Paz, que confirma a alegação dos moradores da vila de que Americana pertence a Campinas. E é nesse momento que tem início a história centenária do Registro Civil de Americana, pois o Distrito de Paz era também responsável pelos registros de nascimento, casamento e óbito da população local. Mas foi no dia 7 de janeiro do ano seguinte, 1905, que o Cartório do Registro Civil foi oficialmente instalado na cidade, tendo como primeiro Oficial o Sr. José Aranha Neto.
Aos 12 de novembro de 1924, a Vila Americana conquista sua autonomia política e administrativa, constituindo o Município de Villa Americana. O nome Americana somente passou a designar a cidade a partir de março de 1939, e esta se desenvolveu muito, sendo hoje uma das maiores da região.