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Arpen/SP e CNJ lançam 2ª edição do Registre-se para povos originários e pessoas privadas de liberdade
A Corregedoria Nacional de Justiça promove, de 13 a 17 de
maio, a Semana Nacional de Registro Civil: Registre-se!. Com o slogan “Sua
história tem nome e sobrenome”, a iniciativa busca assegurar e facilitar a
emissão de documentação básica, como Certidão de Nascimento. Neste ano, o foco
de atendimento são pessoas em situação de rua, povos indígenas e aqueles
privados de liberdade.
“Milhões de brasileiros não foram registrados ao nascer e não
têm acesso aos principais serviços públicos como saúde, educação, além de não
exercerem seus direitos também. É a partir da Certidão de Nascimento que é
possível emitir outros documentos essenciais como CPF e Título de Eleitor. Essa
é uma iniciativa de fundamental importância para garantir dignidade e cidadania
para essas pessoas”, frisa o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis
Felipe Salomão.
A ação conta com o apoio do Departamento de Monitoramento e
Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas
Socioeducativas (DMF) do CNJ, da Associação Nacional dos Registradores de
Pessoas Naturais (Arpen), do Ministério dos Povos Indígenas e da Fundação
Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Juntas, as instituições vão atuar na
identificação dos dados do público-alvo em seus registros, para a emissão do
documento.
Cidadania
A ação é nacional e conta com o apoio das corregedorias
gerais e das Associações dos Registradores de Pessoas Naturais estaduais, com
atendimento nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Além disso, terá
ainda apoio e a capilaridade dos 7.463 cartórios brasileiros, presentes em
todos os municípios do território nacional.
“O Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais é o
cartório da cidadania, o cartório das famílias, e é o cartório que está
presente em cada lar, levando cidadania às pessoas. O Registro Civil de Pessoas
Naturais tem uma presença extremamente relevante junto às pessoas privadas de
liberdade, para que estas possam se reintegrar à sociedade. Este é o cartório
que integra a sociedade brasileira, independentemente de sua situação de fato,
de seu estado ou de sua cultura; ele integra a todos. Por isso, é tão importante
a realização do Registre-se!, para que o Cartório esteja ainda mais próximo de
cada cidadão”, Leonardo Munari de Lima, presidente da Arpen/SP.
Público-alvo
Para atender as populações indígenas e quilombolas, os
tribunais de Justiça do Amazonas (TJAM), da Bahia (TJBA), de Mato Grosso do Sul
(TJMS), do Maranhão (TJMA), do Pará (TJPA) e do Tocantins (TJTO) farão
atendimentos locais.
Para ampliar o atendimento a essa população, o TJAM vai
desenvolver as atividades na capital Manaus e nos municípios de Barcelos,
Tabatinga e Benjamin Constant. Nesse último, os esforços serão concentrados em
Feijoal, com cerca de 5 mil habitantes e a maior comunidade indígena do
município.
O alcance do maior número de indígenas durante o período da
campanha conta com mapeamento e pré-atendimento pela corte amazonense de 900
interessados. A ação a ser realizada na comunidade de Feijoal também vai
incluir um casamento coletivo de 300 casais indígenas e uma campanha de
reconhecimento voluntário de paternidade.
Quanto à população carcerária, já está programada a chegada
da campanha em presídios de sete estados, por meio dos tribunais de Justiça de
São Paulo (TJSP), de Alagoas (TJAL), do Maranhão (TJMA), de Mato Grosso (TJMT),
do Pará (TJPA), do Rio de Janeiro (TJRJ) e do Rio Grande do Norte (TJRN). O
juiz corregedor auxiliar do TJRN, Paulo Maia, planeja alcançar, durante a
Semana Registre-se!, o sistema carcerário do estado como um todo, mas irá
priorizar as penitenciárias de Alcaçuz e a João Chaves, que é feminina.
Representante do Ministério dos Direitos Humanos e da
Cidadania, o secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos,
Bruno Renato Teixeira, relembra os diversos mutirões promovidos pelo órgão ao
longo de 2023. “Mais de 30 mil pessoas já tiveram suas documentações básicas
emitidas, a exemplo de pessoas em situação de rua, migrantes e refugiados.
Voltarmos nossos olhares às pessoas em privação de liberdade, nesta ação
conjunta, é garantir a cidadania de todos, um direito universal”, ressalta o gestor.
Para ampliar a abrangência dos serviços oferecidos, as
corregedorias dos tribunais podem estabelecer parcerias com outros órgãos
públicos. É o caso da possibilidade de emissão do CPF, pela Receita Federal; e
também da Carteira de Trabalho, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, do
Registro Geral e pelos institutos de identificação locais; e da Carteira
Nacional de Habilitação, pelo Departamento de Trânsito (Detran), além da
inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais (Cadúnico), do governo
federal, e da atualização da caderneta de vacinação, sob responsabilidade da
Secretaria de Saúde estadual.
A Semana Nacional de Registro Civil foi instituída por meio
do Provimento n. 140/2023 da Corregedoria Nacional de Justiça e deve ser
realizada pelo menos uma vez ao ano. A primeira edição do evento, em maio do
ano passado, assegurou cidadania a mais de 100 mil brasileiros em situação de
vulnerabilidade, que conseguiram solucionar pendências referentes ao registro
civil.
Registre-se! 2024 e PopRua Jud
Local: Praça da Sé, São Paulo – SP
Com informações do CNJ