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21 de Março de 2011
Solidariedade - Conexão Liberdade - Campanha "SOS Japão"
Bairro paulistano lança campanha "SOS Japão" para arrecadar doações e ajudar vítimas do terremoto e do tsunami.
"Aqui, todo dia chega gente à procura de familiares. O pior é sabermos que muitos não vão encontrá-los com vida." A frase do japonês naturalizado brasileiro Koichi Nakazawa, 66, é de tom pessoal: oito irmãos e vários amigos dele moram na província de Miyagi, a mais atingida pelo terremoto seguido de tsunami que devastou a costa norte-nordeste do Japão.
Ele, que é presidente da Associação Miyagui Kenjinkai do Brasil, é um dos nomes à frente da campanha que a comunidade japonesa da Liberdade, bairro ícone da região central de SP, organizou para recolher doações e informações sobre as vítimas da tragédia.
"Temos mais de 500 associados com parentes na região de Miyagi", conta. "Muitos vêm aqui porque não conseguem saber de nada no consulado", diz, emocionado.
O "SOS Japão", como tem sido chamado pelos moradores de um dos maiores bairros japoneses do mundo, não se restringe às associações de províncias. Nos bares, comércios e lojas nos arredores da praça da Liberdade, não é difícil encontrar cartazes indicando pontos de arrecadação de donativos, e-mails e telefones de entidades que estão engajadas no apoio às vítimas.
"Todos aqui têm alguma preocupação. Algum amigo desaparecido, algum parente que morava na região atingida. Isso sem contar os brasileiros que trabalhavam por lá", diz Marcos Matsuri, dono de um estabelecimento na rua dos Estudantes.
Após vários encontros, a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social, a Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil e a Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo definiram diretrizes gerais para a campanha.
Cada uma abriu contas bancárias para arrecadar doações e passou a divulgá-las na Liberdade e em outros redutos da comunidade oriental, como o bairro vizinho da Aclimação (região central de SP).
A ideia, segundo Shigenobu Gushiken, secretário-geral da Beneficência Nipo-Brasileira, é reunir recursos até o final de abril. Em seguida, tudo será enviado a entidades assistenciais do Japão. "É uma forma mais prática e rápida de fazer nossa parte. Imagina o quanto custaria transportar quilos de roupas e comida para o Japão.
Muitas cidades tiveram aeroportos e estradas devastados", diz Gushiken. Por enquanto, o único "braço" da mobilização na Liberdade que continua recebendo doações de materiais é a Associação Miyagui. A sede da entidade fica em um pequeno prédio na rua Fagundes. Além de quantias em dinheiro, são arrecadados medicamentos, alimentos, roupas e cobertores.
O que for mais leve será enviado de avião. Materiais perecíveis ou de grande porte serão vendidos em feiras de bairro e o valor, depositado na conta bancária.
A busca por familiares também tem sido auxiliada pelas associações de províncias de Iwate, Fukushima e Miyagi. Nesta última, foram feitos mais de cem atendimentos durante a semana passada. Dez desaparecidos da região costeira estão sendo procurados pelo governo japonês a pedido da associação de SP. "Muitas famílias encontram-se divididas entre os dois países", explica Nakazawa. "Infelizmente, só o que podemos fazer é pedir informação e rezar pelo melhor."
Materiais perecíveis ou de grande porte serão vendidos em feiras, e o valor, depositado em conta bancária
Tragédia impediu reencontro de família
A viagem havia sido planejada cuidadosamente pelos 16 integrantes da família da historiadora e jornalista Célia Abe Oi, 60. Em maio, eles partiriam de São Paulo com destino ao Japão para rever familiares residentes na província de Hiroshima, no sul daquele país.
Quando soube do terremoto, Célia, que trabalha há 15 anos na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social, na Liberdade, pensou em não desistir. "Achava que não teríamos problemas no sul. Além disso, a viagem só seria mesmo em maio."
As explosões nas usinas nucleares na região de Fukushima, porém, fizeram com que a família mudasse de ideia. Segundo Célia, a agência responsável pela viagem cancelou quatro excursões com destino ao país. "Pensando de forma racional, não é um bom momento para viajar. Mas meu coração está lá", diz.
como ajudar
As entidades que representam a comunidade nipônica pedem que as doações sejam feitas, preferencialmente, em dinheiro.
Isso se deve aos custos do envio de materiais ao Japão e à situação precária de alguns aeroportos e estradas do país
Os recursos serão arrecadados até 30 de abril. Em seguida, serão entregues a órgãos do governo. Não se sabe quem receberá as doações, mas a Cruz Vermelha é opção quase certa, segundo integrantes da Beneficência Nipo-Brasileira
O único local que aceita doações de cobertores, medicamentos, roupas e alimentos não perecíveis é a Associação Miyagui Kenjinkai do Brasil. Os itens podem ser entregues na sede (endereço no fim da reportagem), das 9h às 12h e das 13h às 17h
CONTAS BANCÁRIAS PARA DOAÇÃO
Associação Miyagui Kenjinkai
CNPJ: 47.174.727/0001-59
Bradesco
Agência: 0131-7
Conta-corrente: 120459-9
Beneficência Nipo-Brasileira
CNPJ: 60.992.427/0001-45
Bradesco
Agência: 0131-7
Conta-corrente: 131000-3
Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil
CNPJ: 46.568.895/0001-66
Banco do Brasil
Agência: 1196-7
Conta-corrente: 29921-9
Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social
CNPJ: 61.511.127/0001-60
Bradesco
Agência: 0131-7
Conta-corrente: 112959-7
Santander
Agência: 4551
Conta-corrente: 13090004-4
ONDE SABER MAIS
Associação Cultural e Assistencial Iwate Kenjinkai do Brasil. R. Tomás Gonzaga, 95, Liberdade, tel. 3207-2383.
Associação Fukushima Kenjin do Brasil.
R. da Glória, 721, Liberdade, tel. 3208-8499.
Associação Miyagui Kenjikai do Brasil.
R. Fagundes, 152, Liberdade, tel. 3209-3265.
"Aqui, todo dia chega gente à procura de familiares. O pior é sabermos que muitos não vão encontrá-los com vida." A frase do japonês naturalizado brasileiro Koichi Nakazawa, 66, é de tom pessoal: oito irmãos e vários amigos dele moram na província de Miyagi, a mais atingida pelo terremoto seguido de tsunami que devastou a costa norte-nordeste do Japão.
Ele, que é presidente da Associação Miyagui Kenjinkai do Brasil, é um dos nomes à frente da campanha que a comunidade japonesa da Liberdade, bairro ícone da região central de SP, organizou para recolher doações e informações sobre as vítimas da tragédia.
"Temos mais de 500 associados com parentes na região de Miyagi", conta. "Muitos vêm aqui porque não conseguem saber de nada no consulado", diz, emocionado.
O "SOS Japão", como tem sido chamado pelos moradores de um dos maiores bairros japoneses do mundo, não se restringe às associações de províncias. Nos bares, comércios e lojas nos arredores da praça da Liberdade, não é difícil encontrar cartazes indicando pontos de arrecadação de donativos, e-mails e telefones de entidades que estão engajadas no apoio às vítimas.
"Todos aqui têm alguma preocupação. Algum amigo desaparecido, algum parente que morava na região atingida. Isso sem contar os brasileiros que trabalhavam por lá", diz Marcos Matsuri, dono de um estabelecimento na rua dos Estudantes.
Após vários encontros, a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social, a Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil e a Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo definiram diretrizes gerais para a campanha.
Cada uma abriu contas bancárias para arrecadar doações e passou a divulgá-las na Liberdade e em outros redutos da comunidade oriental, como o bairro vizinho da Aclimação (região central de SP).
A ideia, segundo Shigenobu Gushiken, secretário-geral da Beneficência Nipo-Brasileira, é reunir recursos até o final de abril. Em seguida, tudo será enviado a entidades assistenciais do Japão. "É uma forma mais prática e rápida de fazer nossa parte. Imagina o quanto custaria transportar quilos de roupas e comida para o Japão.
Muitas cidades tiveram aeroportos e estradas devastados", diz Gushiken. Por enquanto, o único "braço" da mobilização na Liberdade que continua recebendo doações de materiais é a Associação Miyagui. A sede da entidade fica em um pequeno prédio na rua Fagundes. Além de quantias em dinheiro, são arrecadados medicamentos, alimentos, roupas e cobertores.
O que for mais leve será enviado de avião. Materiais perecíveis ou de grande porte serão vendidos em feiras de bairro e o valor, depositado na conta bancária.
A busca por familiares também tem sido auxiliada pelas associações de províncias de Iwate, Fukushima e Miyagi. Nesta última, foram feitos mais de cem atendimentos durante a semana passada. Dez desaparecidos da região costeira estão sendo procurados pelo governo japonês a pedido da associação de SP. "Muitas famílias encontram-se divididas entre os dois países", explica Nakazawa. "Infelizmente, só o que podemos fazer é pedir informação e rezar pelo melhor."
Materiais perecíveis ou de grande porte serão vendidos em feiras, e o valor, depositado em conta bancária
Tragédia impediu reencontro de família
A viagem havia sido planejada cuidadosamente pelos 16 integrantes da família da historiadora e jornalista Célia Abe Oi, 60. Em maio, eles partiriam de São Paulo com destino ao Japão para rever familiares residentes na província de Hiroshima, no sul daquele país.
Quando soube do terremoto, Célia, que trabalha há 15 anos na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social, na Liberdade, pensou em não desistir. "Achava que não teríamos problemas no sul. Além disso, a viagem só seria mesmo em maio."
As explosões nas usinas nucleares na região de Fukushima, porém, fizeram com que a família mudasse de ideia. Segundo Célia, a agência responsável pela viagem cancelou quatro excursões com destino ao país. "Pensando de forma racional, não é um bom momento para viajar. Mas meu coração está lá", diz.
como ajudar
As entidades que representam a comunidade nipônica pedem que as doações sejam feitas, preferencialmente, em dinheiro.
Isso se deve aos custos do envio de materiais ao Japão e à situação precária de alguns aeroportos e estradas do país
Os recursos serão arrecadados até 30 de abril. Em seguida, serão entregues a órgãos do governo. Não se sabe quem receberá as doações, mas a Cruz Vermelha é opção quase certa, segundo integrantes da Beneficência Nipo-Brasileira
O único local que aceita doações de cobertores, medicamentos, roupas e alimentos não perecíveis é a Associação Miyagui Kenjinkai do Brasil. Os itens podem ser entregues na sede (endereço no fim da reportagem), das 9h às 12h e das 13h às 17h
CONTAS BANCÁRIAS PARA DOAÇÃO
Associação Miyagui Kenjinkai
CNPJ: 47.174.727/0001-59
Bradesco
Agência: 0131-7
Conta-corrente: 120459-9
Beneficência Nipo-Brasileira
CNPJ: 60.992.427/0001-45
Bradesco
Agência: 0131-7
Conta-corrente: 131000-3
Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil
CNPJ: 46.568.895/0001-66
Banco do Brasil
Agência: 1196-7
Conta-corrente: 29921-9
Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social
CNPJ: 61.511.127/0001-60
Bradesco
Agência: 0131-7
Conta-corrente: 112959-7
Santander
Agência: 4551
Conta-corrente: 13090004-4
ONDE SABER MAIS
Associação Cultural e Assistencial Iwate Kenjinkai do Brasil. R. Tomás Gonzaga, 95, Liberdade, tel. 3207-2383.
Associação Fukushima Kenjin do Brasil.
R. da Glória, 721, Liberdade, tel. 3208-8499.
Associação Miyagui Kenjikai do Brasil.
R. Fagundes, 152, Liberdade, tel. 3209-3265.