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05 de Junho de 2005

Clipping - Fantástico - Contrato de casamento

"Eu conheci o Marcelo na igreja que a gente freqüentava, no ano de 2002 ou 2003, ele estava no Vasco. A gente namorou durante um ano e meio. Foi quando a gente pensou em ficar noivo, um mês depois a gente resolveu casar", conta Eduarda Santos, de 24 anos.

"Na hora do casamento, quando você entra com aquela música, a marcha nupcial, é tanta emoção, que dali em diante você não está preocupada, o que botasse na minha frente que eu tava assinando", continua.

"Ele fechou o negócio com o Brasiliense, que na mesma hora alugou para a gente um apartamento. "Vai quinta-feira para o Rio e o encontro com você depois do jogo", ele disse para mim. O jogo seria em Belo Horizonte. Quando eu acordei e liguei para ele e ele já estava com outra pessoa. Eu perguntei o que estava acontecendo. Ele falou: "Eu estou pensando muito a respeito do nosso casamento e não quero mais que você volte". Eu falei: "Como é que é, Marcelo?"".

"Ele desligou o telefone e não falou mais comigo. Eu ligava para ele que nem uma doida".
Marcelinho Carioca não quis dar entrevista ao Fantástico.

"Quando eu vim para o Rio - eu estava com a chave do carro - eu só cheguei em Brasília, peguei minha chave de casa, abri a porta, peguei as minhas roupas, peguei o meu carro e vim embora", conta Eduarda.

"O carro foi adquirido esse ano, não sei precisar o dia, mas pelo que eu tenho notícia ele comprou o carro com dinheiro dele, com recursos do trabalho dele", argumenta o advogado de Marcelinho Carioca, Manoel Pedroso Barros.

"Tomamos conhecimento de que o senhor Marcelinho havia entrado em Brasília com uma denúncia de furto", declara o advogado de Eduarda, Teixeira Neto.

"A queixa estava dizendo que eu tinha roubado o carro do meu marido", conta Eduarda.

"Você há de convir que ninguém, nem uma noiva no mundo, vai ler documento quando lhe é entregue na hora do casamento. Então, ela assinou não só o livro do casamento religioso como também uma escritura que foi batizada de união estável", comenta Teixeira Neto.

"Eu só vim saber do documento que eu assinei na delegacia aqui na Barra quando me chamaram, por causa da ocorrência que ele tinha feito em Brasília contra roubos e furtos", diz Eduarda.

"Ela está ciente que o Marcelo é uma pessoa separada, ela conheceu a família anterior dele, ela sabia da situação dele. Essa história veio à tona agora após a separação. Ela sempre teve ciência dessa escritura", defende Pedroso Barros.

"A união estável se tornou algo como uma união dos novos tempos", explica o advogado Sérgio Calmon.

"Por definição da lei, é a convivência pública, duradoura e contínua entre homem e mulher, com objetivo de constituir família", define o advogado Paulo Elísio de Souza.

"As uniões estáveis que não têm nenhum contrato regendo o seu regime de bens, regulamentando o seu regime de bens, são tidas como a comunhão parcial de bens. Aquilo que foi adquirido na constância dessa união estável é dividido por eles", diz Calmon.

"Quando você inicia uma união estável que tem e sempre vai ter a possibilidade de patrimônio, você tem que tratar antes", recomenda Elísio de Souza.

"Sem preconceito nenhum contra quem faz, mas não me parece que seja uma coisa que naquele momento as partes estejam pensando muito no amor e naquele casamento. Parece que você já está prevendo o fim", opina a advogada Patrícia Mendes.

"Eu não sei o que eu tenho. Eu não sei o que está acontecendo. Eu não sei o que vai valer contrato, o que não vai valer. Eu só sei de uma coisa: eu não estou casada", comenta Eduarda.

"Não se assina nada sem ler. Isso a gente ensina às crianças, desde pequenininha. Não assine sem ler", alerta Elísio de Souza.

"Para ele, eu entendo que era apenas um contrato. Eu era apenas uma companheira para ele. Quando ele quisesse...", diz Eduarda.
"Se ela achar que os bens são dela, o documento demonstra que o bem não é dela", argumenta Pedroso Barros.

"Nós vamos apurar isso e através das ações de perdas e danos morais e materiais, que já estamos ajuizando", promete Teixeira Neto.

"O que se confunde nesse momento da separação é: "eu dediquei tanto amor, ele construiu um patrimônio x, e eu não tenho direito a nada", comenta Calmon.

"Ninguém está preocupado com o amor na hora da dissolução. Estão preocupados com aquilo que possam levar depois da separação", opina Elísio de Souza.

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