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26 de Maio de 2021

Cartório de Registro Civil de Itaquera completa 100 anos

Registrador Francisco Márcio Ribas comenta sobre a vivência com a população local e as mudanças neste um século de existência

O Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais e Tabelionato de Notas do Distrito de Itaquera (SP) completa hoje, dia 26 de maio, 100 anos de existência. Com um século de registros de nascimento, casamento, óbito, entre outros procedimentos que foram realizados junto à população local, a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen/SP) traz, em reportagem especial, os detalhes da serventia e a comemoração pela data histórica.

Francisco Márcio Ribas, oficial titular da unidade cartorária há 21 anos, expressa ser uma “satisfação imensa” poder ser registrador de uma instituição com um século de existência, e comentou sobre a escolha da serventia ao ser aprovado no concurso público. “Tinham outras opções de cartórios para prestar o concurso, mas escolhi a serventia de Itaquera. Embora eu não tivesse uma ligação com o Distrito, foi um lugar que eu conheci e gostei muito, além de ser um cartório com muitas tradições. Me sinto satisfeito pelo quadro de funcionários que eu recebi na época, e que mantenho muitos até hoje”, comenta Ribas.

O funcionário mais antigo da serventia, Airton Benedito Guizi, contratado em 1978 como auxiliar, subiu ao cargo de escrevente em 1995, que ocupa até os dias de hoje. “É uma satisfação enorme poder atuar nesta serventia, principalmente porque eu nasci em Itaquera, e meu primeiro emprego também foi neste bairro”, afirma Guizi.

Com um século de participação ativa na comunidade local, muitas histórias marcam os 100 anos da unidade. Segundo o oficial, o cartório foi um dos pioneiros no projeto piloto de reconhecimento de paternidade, iniciado pela Corregedoria Geral da Justiça no Distrito de Itaquera. Ribas também comenta sobre a impotância da serventia para a população do bairro. “Nós nos identificamos muito com a comunidade, então é um cartório que tem um movimento muito grande de pessoas”, diz. “Temos muitos documentos preservados aqui, você pega o livro número um e é a história viva do que aconteceu no Distrito e sua evolução”, completa.

Daniela Silva Mroz, presidente da Arpen/SP, homenageia o Cartório de Itaquera pelo marco que representa na história do RCPN e do Distrito. “Ao completar um século, o acervo de uma serventia certamente irá conter uma importante parte da história de todos aqueles que por ali passaram. É uma data marcante e a ser muito festejada”, parabeniza Mroz.

Para as homenagens, que em decorrência da pandemia da Covid-19 não poderão ser realizadas com festas e aglomerações, os colaboradores da serventia se reunirão para lembrar as principais experiências vividas no Cartório e os atos que beneficiaram a comunidade local. “Pretendemos fazer algo simples, mostrar aos colaboradores a importância da profissão que escolheram e do ofício que praticam”, explica o oficial.

Mudanças

Ao longo de 100 anos, muitas transformações ocorreram nas serventias de Registro Civil de Pessoas Naturais, assim como no Cartório de Itaquera. “As mudanças foram inúmeras, foram radicais, rápidas e meteóricas. No Registro Civil foi uma mudança muito marcante, a transformação dos registros de nascimento, socioafetividade, reconhecimento de paternidade, assim como os casamentos”, comenta Ribas.

Em complemento, Guizi cita as modificações realizadas nos aparelhos tecnológicos. “Principalmente a área informática, porque a gente nota que, ano a ano, mês a mês, vai diminuindo até o contato que temos com as pessoas, diferente do que tínhamos antigamente”. A revolução tecnológica também foi comentada pela presidente da Associação. “Passamos da escrita às máquinas de escrever e, mais tarde, aos atuais computadores”.

“De um mundo em que cada pessoa devia necessariamente comparecer ao Cartório do local onde estava localizado seu registro, para uma grande (r)evolução chamada Central de Informações do Registro Civil (CRC)”, aponta. Segundo Mroz, “por meio desta plataforma, atualmente é possível solicitar certidões do Brasil inteiro e realizar serviços, independentemente do local em que se encontra o registro do interessado”.

Próximos 100 anos

E para os próximos 100 anos, Ribas expressa sua esperança em manter o contato com a população local, “mesmo com toda a ajuda da informática, esperamos que o cartório não perca essa essência, que é o contato da pessoa com o cartorário”, aponta. “O cartório, além de praticar todos os atos, é um local de aconselhamento, de orientação, onde as pessoas trazem seus problemas para nós. Lidamos aqui com a alegria do nascimento, com as paixões nos atos de casamento, e com a tristeza dos óbitos, isso na parte de Registro Civil, e por sermos também uma serventia de Notas, temos toda a parte patrimonial. É muito comum pessoas, antes de comprar algo, como um primeiro imóvel, vir pedir aconselhamento a nós”, conclui o registrador.

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