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17 de Agosto de 2020
Clipping – Tribuna de Petrópolis - Adoção: um encontro, uma escolha e um ato de amor
“Foi uma questão de encontro e com certeza uma questão de escolha. Nos escolhemos e nos amamos. João é, sem sombra de dúvidas, o maior amor da minha vida. Já não consigo mais me lembrar da minha vida sem ele”. Foi assim que a jornalista Carla Coelho, de 36 anos, definiu a adoção do João, hoje com 15 anos. Ela afirma que o primeiro encontro com o menino foi amor à primeira vista e o sonho de se tornar mãe se tornou realidade.
“Quando conhecemos João, Mauricio (marido de Carla) chegou a ficar um pouco preocupado, mas meu amor e as visitas contínuas ao lar (onde o menino estava abrigado) nos fizeram ter certeza que era possível, viável e que essa seria nossa família. Foi rápido, é fato. Mas e daí? ele precisava de uma mãe e de um pai e eu precisava de um filho”, disse a jornalista. “Ao olhar pra ele, eu senti minhas pernas tremerem, meu coração disparar e minhas mãos formigarem. Foi o literal amor à primeira vista. Eu sempre digo que naquele segundo eu me tornei mãe”, completou Carla.
João conheceu Carla e Maurício quando tinha 12 anos e foi adotado aos 13. Segundo dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, há 6,5 mil crianças entre 12 e 15 anos aguardando por uma família. Já entre os adolescentes acima de 15 anos, o número é ainda maior – 9,3 mil. Conhecida como adoção tardia (embora não existe uma legislação ou definição correta para esse caso), elas não são muito comuns no Brasil, quando a maioria das pessoas que se inscrevem nos programas de adoção prefere crianças menores de três anos.
A demora nas adoções, que acaba fazendo com as crianças passem anos e anos nos abrigos a espera de uma família, pode ser aplicada, em parte, pela lentidão do Estado para finalizar a burocracia que libera a criança para a adoção: busca por familiares que queiram ficar com elas, perda do poder familiar e liberação dos documentos. Em Petrópolis, de acordo com dados da Vara da Infância e Juventude, há cinco adolescentes com idades entre 12 e 16 anos a espera de uma família. Há ainda nas instituições de acolhimento, duas crianças, com idades de nove e 10 anos, aptas para adoção.
Carla Coelho confessa que quando fez o cadastro optou por uma criança menor de três anos, mas quando viu João pela primeira vez, o amor superou a questão da idade. “Todos precisamos entender que amor é amor e que a idade é apenas mais uma das questões. Conseguimos viver de um tudo ao lado do João. Eu chorei na primeira vez que o deixei na escola, eu morri de ciúme quando soube do primeiro beijo e da namorada”, comentou.
O processo para a habilitação até entrar definitivamente na fila da adoção não foi rápido: foram quase 10 meses. E, depois, mais uma longa espera até poder ter o pátrio poder do João. “Iniciamos o processo de fato em abril de 2015 e recebemos a confirmação de que éramos aptos para a adoção em fevereiro de 2016. Depois veio a espera por uma ligação de que havia uma criança para nós. Mas não foi assim que aconteceu e acabei encontrando o meu filho por acaso em um evento que eu e o meu marido promovemos e contou com a presença das crianças do Lar. Desse primeiro encontro de olhos até eu me tornar mãe legalmente do João Pedro, foram quase 12 meses. Nos vimos a primeira vez dia 2 de julho de 2017 e ele se tornou o meu João Pedro Antônio Meira Figueira Coelho Araújo no dia 20 de junho de 2020”, contou Carla.
Segundo dados da Vara da Infância e Juventude de Petrópolis, em 2020, nove crianças foram adotadas. Entre 2015 e 2019, foram 134 adoções de menores que estavam em unidade de acolhimento da cidade.
O passo a passo:
O procedimento para adoção é burocrático. Os interessados passam por entrevistas, reuniões, orientações com psicólogos, entre outras exigências previstas na legislação brasileira.
O primeiro passo é obter a Habilitação para Adoção, que é um requerimento apresentado pelos interessados diretamente no cartório da Vara da Infância e da Juventude, havendo necessidade de um pré-cadastro no Sistema Nacional de Ação do Conselho Nacional de Justiça. Após a distribuição do processo de Habilitação, é preciso participar de reuniões e de um estudo social e psicológico. Se for declarada apta para adoção, a pessoa passa a integrar o Cadastro de Pretendentes à Adoção do Juízo e o Cadastro Nacional de Pretendentes à Adoção, passando a aguardar o acionamento de acordo com o perfil de criança indicado em suas pretensões.
Quando ocorre o acionamento dos pretendentes, em razão do surgimento de uma criança ou adolescente disponível para adoção e compatível com o perfil pretendido, os interessados proporão a ação de adoção, a qual também tramitará até o deferimento do pedido.
Para iniciar a habilitação é preciso apresentar: atestado de sanidade física (médico); atestado de sanidade mental (psicólogo ou psiquiatra); documento de Identidade, CPF, Certidão de casamento ou união estável (caso haja), comprovante de residência e de renda, Nada Consta Cível e Criminal.
“Todo esse processo foi tenso, foi doloroso, mas foi a melhor coisa das nossas vidas. Eu jamais poderia imaginar que eu seria tão feliz me tornando mãe. E mais que isso: muitas pessoas não acreditam, mas é verdade que mãe é mãe e não importa a forma que se torna mãe”, concluiu Carla Coelho.
“Quando conhecemos João, Mauricio (marido de Carla) chegou a ficar um pouco preocupado, mas meu amor e as visitas contínuas ao lar (onde o menino estava abrigado) nos fizeram ter certeza que era possível, viável e que essa seria nossa família. Foi rápido, é fato. Mas e daí? ele precisava de uma mãe e de um pai e eu precisava de um filho”, disse a jornalista. “Ao olhar pra ele, eu senti minhas pernas tremerem, meu coração disparar e minhas mãos formigarem. Foi o literal amor à primeira vista. Eu sempre digo que naquele segundo eu me tornei mãe”, completou Carla.
João conheceu Carla e Maurício quando tinha 12 anos e foi adotado aos 13. Segundo dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, há 6,5 mil crianças entre 12 e 15 anos aguardando por uma família. Já entre os adolescentes acima de 15 anos, o número é ainda maior – 9,3 mil. Conhecida como adoção tardia (embora não existe uma legislação ou definição correta para esse caso), elas não são muito comuns no Brasil, quando a maioria das pessoas que se inscrevem nos programas de adoção prefere crianças menores de três anos.
A demora nas adoções, que acaba fazendo com as crianças passem anos e anos nos abrigos a espera de uma família, pode ser aplicada, em parte, pela lentidão do Estado para finalizar a burocracia que libera a criança para a adoção: busca por familiares que queiram ficar com elas, perda do poder familiar e liberação dos documentos. Em Petrópolis, de acordo com dados da Vara da Infância e Juventude, há cinco adolescentes com idades entre 12 e 16 anos a espera de uma família. Há ainda nas instituições de acolhimento, duas crianças, com idades de nove e 10 anos, aptas para adoção.
Carla Coelho confessa que quando fez o cadastro optou por uma criança menor de três anos, mas quando viu João pela primeira vez, o amor superou a questão da idade. “Todos precisamos entender que amor é amor e que a idade é apenas mais uma das questões. Conseguimos viver de um tudo ao lado do João. Eu chorei na primeira vez que o deixei na escola, eu morri de ciúme quando soube do primeiro beijo e da namorada”, comentou.
O processo para a habilitação até entrar definitivamente na fila da adoção não foi rápido: foram quase 10 meses. E, depois, mais uma longa espera até poder ter o pátrio poder do João. “Iniciamos o processo de fato em abril de 2015 e recebemos a confirmação de que éramos aptos para a adoção em fevereiro de 2016. Depois veio a espera por uma ligação de que havia uma criança para nós. Mas não foi assim que aconteceu e acabei encontrando o meu filho por acaso em um evento que eu e o meu marido promovemos e contou com a presença das crianças do Lar. Desse primeiro encontro de olhos até eu me tornar mãe legalmente do João Pedro, foram quase 12 meses. Nos vimos a primeira vez dia 2 de julho de 2017 e ele se tornou o meu João Pedro Antônio Meira Figueira Coelho Araújo no dia 20 de junho de 2020”, contou Carla.
Segundo dados da Vara da Infância e Juventude de Petrópolis, em 2020, nove crianças foram adotadas. Entre 2015 e 2019, foram 134 adoções de menores que estavam em unidade de acolhimento da cidade.
O passo a passo:
O procedimento para adoção é burocrático. Os interessados passam por entrevistas, reuniões, orientações com psicólogos, entre outras exigências previstas na legislação brasileira.
O primeiro passo é obter a Habilitação para Adoção, que é um requerimento apresentado pelos interessados diretamente no cartório da Vara da Infância e da Juventude, havendo necessidade de um pré-cadastro no Sistema Nacional de Ação do Conselho Nacional de Justiça. Após a distribuição do processo de Habilitação, é preciso participar de reuniões e de um estudo social e psicológico. Se for declarada apta para adoção, a pessoa passa a integrar o Cadastro de Pretendentes à Adoção do Juízo e o Cadastro Nacional de Pretendentes à Adoção, passando a aguardar o acionamento de acordo com o perfil de criança indicado em suas pretensões.
Quando ocorre o acionamento dos pretendentes, em razão do surgimento de uma criança ou adolescente disponível para adoção e compatível com o perfil pretendido, os interessados proporão a ação de adoção, a qual também tramitará até o deferimento do pedido.
Para iniciar a habilitação é preciso apresentar: atestado de sanidade física (médico); atestado de sanidade mental (psicólogo ou psiquiatra); documento de Identidade, CPF, Certidão de casamento ou união estável (caso haja), comprovante de residência e de renda, Nada Consta Cível e Criminal.
“Todo esse processo foi tenso, foi doloroso, mas foi a melhor coisa das nossas vidas. Eu jamais poderia imaginar que eu seria tão feliz me tornando mãe. E mais que isso: muitas pessoas não acreditam, mas é verdade que mãe é mãe e não importa a forma que se torna mãe”, concluiu Carla Coelho.