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Comitê PopRuaJud lança Plano de Ação para 2025
O avanço da gestão regional, o desenvolvimento de novos
protocolos orientativos e o incentivo aos mutirões de apoio às pessoas em
situação de rua serão o foco dos trabalhos, em 2025, do Comitê PopRuaJud. Essas
prioridades constam do Plano de Ação PopRuaJud 2025, lançado na sexta-feira
(14/3), durante encontro realizado na sede da Escola Nacional de Formação e
Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), em Brasília.
Além de focar nessas três vertentes, o grupo que atua com
essa população vulnerável, no âmbito do sistema de Justiça, vai destinar
esforços também na consolidação dos comitês em todos os estados e no Distrito
Federal.
Durante as oficinas promovidas pelo Laboratório de Inovação
do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Instituto Ideas, os participantes do
encontro fizeram um balanço das ações já desenvolvidas e consolidadas e
decidiram priorizar pelo menos metade dos quase 40 objetivos traçados ainda em
2024. A avaliação sobre os objetivos aconteceu por meio de uma metodologia
participativa, no escopo da técnica de design thinking, a partir da
concentração da atuação em eixos prioritários.
De acordo com o coordenador do comitê, o conselheiro do CNJ
Pablo Coutinho Barreto, entre os aspectos priorizados, encontram-se a efetiva
implementação da rede nacional de cooperação PopRuaJud e dos protocolos em
relação ao direito à moradia adequada. Cada eixo prioritário será coordenado
por um integrante do comitê nacional. “E nós teremos também o encontro
nacional, que será realizado em São Luís no Maranhão no mês de agosto, de forma
a podermos, já no meio da execução, termos uma avaliação de como estamos
implementando o plano de ação de 2025”, adiantou Pablo Barreto, que realizou a
abertura da cerimônia de lançamento do plano.
Vulnerabilidades sociais
O conselheiro destacou a complexidade do tema, uma vez que
na população de rua estão abarcadas diversas vulnerabilidades. Para ele, apenas
com um trabalho colaborativo em rede é possível caminhar na direção de uma
efetividade da Política Nacional de Atenção às Pessoas em Situação de Rua e
suas interseccionalidades (PopRuaJud), instituída por meio da Resolução CNJ n.
425/2021.
“Daí a importância de um comitê multinível e plural como é o
comitê nacional do PopRuaJud, que é formado por integrantes de todos as
instituições do sistema de Justiça e por representantes do movimento social das
pessoas em situação de rua, que nos trazem a visão de quem sofre todo tipo de
violência, inclusive institucional, e tem seus direitos negados todos os dias”,
destacou.
ADPF nº. 976/DF
Os trabalhos realizados, ressalta o conselheiro, estão em
linha com a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) ao poder público, no
âmbito da Ação de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF nº.
976/DF, de realizar atendimento prioritário das demandas da população em
situação de rua. “A ADPF n. 976 é um
marco porque reconheceu aquilo que nós víamos todos os dias nas ruas do Brasil:
um crescimento espantoso, vertiginoso e vergonhoso da população em situação de
rua e uma negativa a essas pessoas dos direitos mais básicos”, disse.
Selo de qualidade
Também participante da mesa de abertura do evento, a
coordenadora executiva do Comitê PopRuaJud, Luciana Ortiz, enfatizou a
importância do engajamento da Enfam para a capacitação de magistrados e
magistradas para lidarem com o tema. Ela fez um balanço dos avanços realizados
pelo comitê no último ano e noticiou que os tribunais passarão a ser premiados
com selo de qualidade pela implementação da política nacional PopRuaJud em
2025. “Essa política precisa envolver todo o Poder Judiciário, precisamos nos debruçar
nessa causa, nos dedicar com amor a ela, porque é inconcebível que tenhamos os
números de pessoas em situação de rua ainda subindo ano a ano”, salientou.
Participaram ainda da mesa de abertura o secretário-geral da
Enfam, Ilan Presser, e o representante do Conselho Nacional de Direitos Humanos
e do Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR), Darcy da Silva
Costa. Em seguida, houve debates acerca das gestões político-institucional e de
dados, da questão da cidadania e de novos protocolos, do tema da moradia
adequada e da empregabilidade, e dos mutirões e da capacitação.
Fonte: CNJ