No último dia 20 de maio, a cidade de Bom Jesus dos Perdões, localizada a 77 km da capital paulista, amanheceu em festa. O juiz de Paz do município, Domingos Moraes Cunha, estava completando um século de vida. E para homenagear esse ilustre personagem da região, a Câmara Municipal organizou uma solenidade para a entrega do Título de Cidadão Honorário.

Seu Domingos, como é conhecido por todos na região, nasceu em 1923, e aos 48 anos de idade, ingressou na atividade de juiz de Paz, que tem a tarefa de celebrar as cerimônias de casamentos nos cartórios de Registro Civil das Pessoas Naturais.

Ao total, foram 3.192 celebrações, número levantado pelo Cartório de Registro Civil de Bom Jesus dos Perdões, do oficial Ary Augusto Passos, que tem grande apreço pelo juiz de casamento. “Seu Domingos foi amigo do meu pai, eles nasceram com cinco dias de diferença. Eles se conheceram na juventude, jogaram futebol, serviram o Exército juntos”, conta o registrador civil. “Adoro o seu Domingos, ele é um exemplo de ser humano.”

Seu Domingos e o oficial Ary Passos. | Foto: Câmara Municipal de Bom Jesus dos Perdões

Quando questionado sobre a importância em poder participar de um dos dias mais relevantes na vida de uma pessoa, Domingos diz: “É uma alegria! Eu gosto muito de exercer essa função, o casamento é realmente um ato muito importante na vida das pessoas”.

Para o recém-aposentado juiz de Paz, que atuou em cartórios por 50 anos, muitas foram as evoluções vistas no serviço extrajudicial. “Antes o registro era feito à mão, depois chegaram as máquinas de escrever, e enquanto ocorria a cerimônia o escrivão digitava, hoje em dia tudo é feito em computador”, diz Domingos. Mas uma característica que chama a atenção do juiz de Paz é a diminuição dos casamentos. “Antigamente as pessoas faziam mais cerimônias em cartório, hoje em dia, nem tanto.”

Da esq. p/ dir.: O vereador Paulo da Elvira, o seu Domingos (sentado), o vereador Fernando da Elvira, o juiz de Direito Rogério Correia Dias, o oficial Ary Augusto Passos e o juiz de Paz de Atibaia, Osvaldo Fujiki. | Foto: Câmara Municipal de Bom Jesus dos Perdões

E para os juízes de Paz mais jovens, ou para os que tenham interesse em ingressar na função, seu Domingos enfatiza que se deve “manter a seriedade e a dedicação. Ser Juiz de Paz é uma função muito nobre”. Já para os que queiram viver até os 100 anos, Domingos alerta para o cuidado com a saúde e a alimentação. “Antigamente eu andava muito de bicicleta, eu pedalava até Nazaré Paulista e Atibaia, para trabalhar e passear, hoje em dia faço fisioterapia para me manter em movimento”, conclui o juiz de Paz.

Homenagem

Com o intuito de homenagear os 100 anos vividos e os mais de 50 prestados ao município na profissão de juiz de Paz, a Câmara Municipal de Bom Jesus dos Perdões organizou uma Missa em Ação de Graças pelo centenário de Domingos Moraes Cunha, realizada no Santuário do Senhor Bom Jesus dos Perdões, principal igreja da cidade.

Após a missa, o juiz de Direito da Comarca de Atibaia, Rogério Aparecido Correia Dias, fez um discurso em homenagem a seu Domingos. “Homem de notória probidade, em 31 de maio de 1971 foi nomeado para o honroso cargo – de natureza voluntária, não remunerada – de juiz de casamentos, tendo oficiado desde então, e até muito recentemente, mais de três mil casamentos de três gerações da cidade”, disse Rogério em sua fala.

Domingos segura o Título de Cidadão Honorário no Santuário do Senhor Bom Jesus dos Perdões. | Foto: Câmara Municipal de Bom Jesus dos Perdões

Seu Domingos recebeu o Título de Cidadão Honorário, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao município de Bom Jesus dos Perdões, entregue em nome da Câmara Municipal. E para finalizar o dia de homenagens, o juiz de Paz ainda ganhou um bolo de aniversário de 100 kg, que foi compartilhado com os inúmeros de cidadãos presentes, que puderam prestigiar o século de vida de um dos ícones da história do município.

Fonte: Assessoria de Comunicação – Arpen/SP