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Mães paraibanas ganham na Justiça direito de registrar filho com dupla maternidade: 'Foi como receber um presente'
Duas mulheres da Paraíba ganharam na Justiça o
direito de registrar o filho com dupla maternidade. Daniele Guimarães e
Isabelle Costa vivem juntas há quatro anos em Alagoinha, Agreste paraibano, e
tiveram filho após uma gravidez por inseminação caseira.
“Após o nascimento do nosso filho, recebemos uma
decisão favorável à dupla maternidade dele, foi como receber um presente de
Natal”, disse Daniele, celebrando a decisão que saiu no final de 2024.
Daniele e Isabelle seguiram todos os processos
necessários e com o consentimento mútuo, a gravidez foi confirmada após a
segunda tentativa. Com isso, Daniele Guimarães e Isabelle Costa começaram a
preparação para a chegada da criança. Tudo sendo compartilhado de forma plena
pelas duas.
A busca pelo registro de nascimento
Veio então uma outra necessidade. O Registro de
Nascimento da criança deveria vir com os nomes das duas mães. Por isso, Daniele
e Isabelle procuraram a Defensoria Pública na cidade de Alagoinha, no Agreste
paraibano, onde moram, que atua em outros processos efetivos em relação ao
registro de dupla maternidade no Estado.
“O apoio da Defensoria foi muito importante para
chegarmos onde chegamos. Desde o início, foram muito sinceros e transparentes
conosco e se colocaram em prontidão em nos ajudar. Nos sentimos acolhidas. Por
isso, nossa família é muito grata”, comentou Daniele.
A família também foi um apoio importante para as
duas mães. Ainda assim, Daniele conta que é difícil para casais homoafetivos
terem seus direitos garantidos sem precisar recorrer ao judiciário.
“Infelizmente, muita coisa precisa ser mudada”, pontuou.
A Justiça da Paraíba reconheceu a ação da Defensoria
Pública, e julgou procedente o pedido de Daniele e Isabelle, determinando que
assim que a criança nascesse, lhe fosse fornecido o direito à dignidade, e o
nome das mães em seu registro.
Para a defensora Monaliza Montinegro, que estava ao
lado de Daniele e Isabelle, é muito importante que o trabalho consiga chegar a
outras famílias. “Para nós, é um motivo de celebração poder lutar pela proteção
jurídica de vínculos familiares baseados no afeto, garantindo dignidade e
igualdade a todas as formas de família”, afirmou.
“Nosso sonho é dar uma boa educação para o nosso
filho, que ele saiba respeitar as diferenças, as mulheres e toda a nossa
comunidade. Não acredito que seja apenas um sonho, mas a nossa missão, como
mães. Educar nosso filho para um mundo menos violento, mais justo e acolhedor.
Além disso, esperamos que em um futuro não tão distante, mais casais tenham
seus direitos garantidos e sonhos de construir uma família realizados!”,
declarou Daniele.
Fonte: G1 Paraíba