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Mulheres que transformam o Registro Civil: a liderança feminina na Arpen-SP
No Dia Internacional da Mulher, celebramos a trajetória e
a contribuição fundamental das mulheres no Registro Civil. Ao longo dos anos, a
presença feminina na atividade cresceu exponencialmente, e a Arpen-SP reflete
essa evolução com lideranças femininas que marcaram a história da entidade.
Para destacar essa trajetória, conversamos com quatro
mulheres que estiveram à frente da Associação: Marlene Marchiori, Monete
Hipólito, Daniela Mroz e Karine Boselli. Suas experiências mostram os desafios,
conquistas e a evolução da atividade registral sob a liderança feminina.
A primeira presidência da Arpen-SP foi de uma
mulher
Quando a Arpen-SP foi fundada, em um período em que a
organização ainda estava se estruturando, Marlene Marchiori foi indicada para
assumir a presidência.
"Foi um momento desafiador, pois ainda não tínhamos
uma sede, e os documentos da entidade ficaram quase dois anos armazenados no
cartório onde trabalhei", relembra.
Durante sua gestão, a Associação enfrentou desafios
estruturais e também lidou com a implementação da gratuidade dos serviços do
Registro Civil.
"A mudança aconteceu de forma abrupta, pegando todos
de surpresa e impactando profundamente o funcionamento dos cartórios. Foi um
período de adaptação intensa, mas conseguimos garantir que os registradores
civis continuassem oferecendo um serviço essencial à população", conta.
Mesmo em um período em que a presença feminina na
liderança era menor, Marlene destaca que as mulheres sempre estiveram ativas no
setor.
"Desde o início, muitas mulheres ocuparam cargos
importantes nos cartórios e ajudaram a fortalecer sua estrutura. Hoje, essa
presença se ampliou, e muitos dos cartórios de Registro Civil são administrados
por mulheres, um reflexo do comprometimento feminino com a atividade."
A consolidação de projetos e a expansão
tecnológica
Após quatro anos atuando no Registro de Imóveis, Monete
Hipólito Serra decidiu ingressar no Registro Civil e, em 2007, por meio de
concurso público realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
assumiu o Cartório do Distrito de Jaraguá.
A registradora conta que o caminho até a presidência da
Arpen-SP foi uma questão de tempo e muito trabalho.
"Quando ingressei no Registro Civil, já tinha uma
noção da atividade e muitas ideias. Foram essas ideias que me aproximaram da
Arpen. Sempre que me manifestei a respeito de inovações e melhorias, fui muito
bem recebida e chamada para trabalhar, o que aceitei com empolgação. A partir
daí, foi uma questão de tempo entre atuar nos bastidores e assumir a
presidência da Associação por um período."
Monete destaca que assumiu a presidência da Arpen-SP com
um forte compromisso com a modernização da atividade.
"Minha gestão marcou o início da CRC Nacional, do
e-Protocolo, da materialização de certidões e o surgimento de vários projetos,
sendo que alguns deles só estão ganhando corpo agora, com a implementação do
Operador Nacional do Registro Civil e a criação do IdRC, como forma de
identificação do usuário", destaca.
Sobre a importância da liderança feminina no Registro
Civil, Monete reforça o papel da diversidade no setor.
"A participação das mulheres é fundamental para
trazer um olhar mais amplo e humanizado sobre as demandas da sociedade. Homens
e mulheres têm visões diferentes sobre os mesmos desafios, e essa
complementaridade é essencial", explica.
Para as mulheres que desejam seguir carreira no
extrajudicial, a oficial enfatiza que é essencial ter preparo emocional e
técnico.
"Administrar é um desafio que exige prudência e
segurança. Saber ouvir e processar diferentes caminhos é fundamental para
liderar com responsabilidade", completa.
Uma trajetória marcada por grandes desafios
A Oficial de Registro Civil de São Mateus, Daniela Mroz,
trilhou uma jornada marcada pela ideia de ajudar e contribuir para o
aperfeiçoamento da atividade registral.
Presente no Registro Civil há 25 anos e sempre ativa nas
reuniões da Arpen-SP, Daniela conta que, há cerca de 12 anos, recebeu um
convite para colaborar com o ensino a distância da entidade. Mais tarde, passou
a integrar a diretoria, até se tornar presidente.
"Durante meu mestrado em Coimbra, Gustavo Fiscarelli
me convidou para participar da Diretoria Internacional e, mais tarde, veio o
convite para a Diretoria e a Presidência. Foi uma construção motivada pelo amor
à atividade registral e pelo desejo de contribuir para o aperfeiçoamento do
Registro Civil e dos colegas", afirma.
A registradora também conta que sua gestão ocorreu em um
cenário pós-pandemia, o que trouxe desafios adicionais.
"Foi um período em que todos estavam retornando às
suas rotinas, e, ao mesmo tempo, lidamos com o início da implementação do
Registro Público Eletrônico, que trouxe grandes mudanças para os
cartórios", relembra.
Entre os destaques de sua gestão, menciona a retomada das
visitas e reuniões no interior do Estado, além do desenvolvimento da ferramenta
"Localize seu Cartório", que facilita a busca por unidades de
registro para a população.
Por fim, Daniela reforça a importância da liderança
feminina na Arpen-SP e a necessidade de maior representatividade.
"A diversidade de pensamentos leva a soluções mais
criativas e eficazes. Neste ponto, a Arpen-SP sempre foi pioneira, tendo sua
primeira presidente mulher e garantindo que outras ocupassem cargos de
relevância", destaca.
O presente e o futuro do Registro Civil sob
liderança feminina
Atualmente à frente da Arpen-SP, a Oficial de Registro
Civil do 18º Subdistrito do Ipiranga/SP, Karine Boselli, tem um olhar
estratégico sobre o fortalecimento do Registro Civil e sua modernização.
"Assumir a presidência pela primeira vez foi fruto
de um trabalho conjunto, em que buscamos coordenar novas perspectivas para o
Registro Civil paulista. Agora, assumindo novamente, esse mesmo escopo se
atualizou. Trabalhamos institucionalmente para reforçar a importância da
atividade desenvolvida pelos Oficiais de Registro Civil, conquistando o
respeito da sociedade e garantindo eficiência, capilaridade e segurança
jurídica", explica.
Em sua gestão, Karine tem concentrado esforços na
valorização da classe e no equilíbrio econômico-financeiro dos cartórios.
Além disso, vê a ampliação das atribuições do Registro
Civil como uma grande conquista recente.
"O Registro Civil conquistou um novo status com a
atribuição de novas competências, seja por meio do Poder Legislativo ou do
Poder Normativo (CNJ). Procedimentos como declaração de vontade relativa à
união estável, alterações de nome e reconhecimento socioafetivo passaram a ser
realizados diretamente nos cartórios", destaca.
Para Karine, o futuro do Registro Civil está diretamente
ligado à presença feminina em cargos de liderança.
"As mulheres sempre desempenharam um papel
fundamental na Arpen-SP. Desde Marlene Marchiori, a primeira presidente, até
tantas outras que ocuparam e ocupam posições de destaque. Nos orgulhamos das
registradoras civis paulistas, que conseguem aliar múltiplas responsabilidades
com excelência. Temos certeza de que novos espaços serão alcançados e que a
classe registral e notarial será cada vez mais respeitada e valorizada pela
sociedade", finaliza.
Fonte: Eduardo Carrasco, Assessoria de Comunicação
Arpen-SP