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08 de Março de 2025

Mulheres que transformam o Registro Civil: a liderança feminina na Arpen-SP

No Dia Internacional da Mulher, celebramos a trajetória e a contribuição fundamental das mulheres no Registro Civil. Ao longo dos anos, a presença feminina na atividade cresceu exponencialmente, e a Arpen-SP reflete essa evolução com lideranças femininas que marcaram a história da entidade.

Para destacar essa trajetória, conversamos com quatro mulheres que estiveram à frente da Associação: Marlene Marchiori, Monete Hipólito, Daniela Mroz e Karine Boselli. Suas experiências mostram os desafios, conquistas e a evolução da atividade registral sob a liderança feminina.

 

A primeira presidência da Arpen-SP foi de uma mulher

Quando a Arpen-SP foi fundada, em um período em que a organização ainda estava se estruturando, Marlene Marchiori foi indicada para assumir a presidência.

"Foi um momento desafiador, pois ainda não tínhamos uma sede, e os documentos da entidade ficaram quase dois anos armazenados no cartório onde trabalhei", relembra.

Durante sua gestão, a Associação enfrentou desafios estruturais e também lidou com a implementação da gratuidade dos serviços do Registro Civil.

"A mudança aconteceu de forma abrupta, pegando todos de surpresa e impactando profundamente o funcionamento dos cartórios. Foi um período de adaptação intensa, mas conseguimos garantir que os registradores civis continuassem oferecendo um serviço essencial à população", conta.

Mesmo em um período em que a presença feminina na liderança era menor, Marlene destaca que as mulheres sempre estiveram ativas no setor.

"Desde o início, muitas mulheres ocuparam cargos importantes nos cartórios e ajudaram a fortalecer sua estrutura. Hoje, essa presença se ampliou, e muitos dos cartórios de Registro Civil são administrados por mulheres, um reflexo do comprometimento feminino com a atividade."

 

A consolidação de projetos e a expansão tecnológica

Após quatro anos atuando no Registro de Imóveis, Monete Hipólito Serra decidiu ingressar no Registro Civil e, em 2007, por meio de concurso público realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, assumiu o Cartório do Distrito de Jaraguá.

A registradora conta que o caminho até a presidência da Arpen-SP foi uma questão de tempo e muito trabalho.

"Quando ingressei no Registro Civil, já tinha uma noção da atividade e muitas ideias. Foram essas ideias que me aproximaram da Arpen. Sempre que me manifestei a respeito de inovações e melhorias, fui muito bem recebida e chamada para trabalhar, o que aceitei com empolgação. A partir daí, foi uma questão de tempo entre atuar nos bastidores e assumir a presidência da Associação por um período."

Monete destaca que assumiu a presidência da Arpen-SP com um forte compromisso com a modernização da atividade.

"Minha gestão marcou o início da CRC Nacional, do e-Protocolo, da materialização de certidões e o surgimento de vários projetos, sendo que alguns deles só estão ganhando corpo agora, com a implementação do Operador Nacional do Registro Civil e a criação do IdRC, como forma de identificação do usuário", destaca.

Sobre a importância da liderança feminina no Registro Civil, Monete reforça o papel da diversidade no setor.

"A participação das mulheres é fundamental para trazer um olhar mais amplo e humanizado sobre as demandas da sociedade. Homens e mulheres têm visões diferentes sobre os mesmos desafios, e essa complementaridade é essencial", explica.

Para as mulheres que desejam seguir carreira no extrajudicial, a oficial enfatiza que é essencial ter preparo emocional e técnico.

"Administrar é um desafio que exige prudência e segurança. Saber ouvir e processar diferentes caminhos é fundamental para liderar com responsabilidade", completa.

 

Uma trajetória marcada por grandes desafios

A Oficial de Registro Civil de São Mateus, Daniela Mroz, trilhou uma jornada marcada pela ideia de ajudar e contribuir para o aperfeiçoamento da atividade registral.

Presente no Registro Civil há 25 anos e sempre ativa nas reuniões da Arpen-SP, Daniela conta que, há cerca de 12 anos, recebeu um convite para colaborar com o ensino a distância da entidade. Mais tarde, passou a integrar a diretoria, até se tornar presidente.

"Durante meu mestrado em Coimbra, Gustavo Fiscarelli me convidou para participar da Diretoria Internacional e, mais tarde, veio o convite para a Diretoria e a Presidência. Foi uma construção motivada pelo amor à atividade registral e pelo desejo de contribuir para o aperfeiçoamento do Registro Civil e dos colegas", afirma.

A registradora também conta que sua gestão ocorreu em um cenário pós-pandemia, o que trouxe desafios adicionais.

"Foi um período em que todos estavam retornando às suas rotinas, e, ao mesmo tempo, lidamos com o início da implementação do Registro Público Eletrônico, que trouxe grandes mudanças para os cartórios", relembra.

Entre os destaques de sua gestão, menciona a retomada das visitas e reuniões no interior do Estado, além do desenvolvimento da ferramenta "Localize seu Cartório", que facilita a busca por unidades de registro para a população.

Por fim, Daniela reforça a importância da liderança feminina na Arpen-SP e a necessidade de maior representatividade.

"A diversidade de pensamentos leva a soluções mais criativas e eficazes. Neste ponto, a Arpen-SP sempre foi pioneira, tendo sua primeira presidente mulher e garantindo que outras ocupassem cargos de relevância", destaca.

 

O presente e o futuro do Registro Civil sob liderança feminina

Atualmente à frente da Arpen-SP, a Oficial de Registro Civil do 18º Subdistrito do Ipiranga/SP, Karine Boselli, tem um olhar estratégico sobre o fortalecimento do Registro Civil e sua modernização.

"Assumir a presidência pela primeira vez foi fruto de um trabalho conjunto, em que buscamos coordenar novas perspectivas para o Registro Civil paulista. Agora, assumindo novamente, esse mesmo escopo se atualizou. Trabalhamos institucionalmente para reforçar a importância da atividade desenvolvida pelos Oficiais de Registro Civil, conquistando o respeito da sociedade e garantindo eficiência, capilaridade e segurança jurídica", explica.

Em sua gestão, Karine tem concentrado esforços na valorização da classe e no equilíbrio econômico-financeiro dos cartórios.

Além disso, vê a ampliação das atribuições do Registro Civil como uma grande conquista recente.

"O Registro Civil conquistou um novo status com a atribuição de novas competências, seja por meio do Poder Legislativo ou do Poder Normativo (CNJ). Procedimentos como declaração de vontade relativa à união estável, alterações de nome e reconhecimento socioafetivo passaram a ser realizados diretamente nos cartórios", destaca.

Para Karine, o futuro do Registro Civil está diretamente ligado à presença feminina em cargos de liderança.

"As mulheres sempre desempenharam um papel fundamental na Arpen-SP. Desde Marlene Marchiori, a primeira presidente, até tantas outras que ocuparam e ocupam posições de destaque. Nos orgulhamos das registradoras civis paulistas, que conseguem aliar múltiplas responsabilidades com excelência. Temos certeza de que novos espaços serão alcançados e que a classe registral e notarial será cada vez mais respeitada e valorizada pela sociedade", finaliza.

 

Fonte: Eduardo Carrasco, Assessoria de Comunicação Arpen-SP

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