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07 de Fevereiro de 2022

Repórter Diário - Número de casamentos no ABC ainda é 13% inferior ao total antes da pandemia

O número de casamentos celebrados em 2021 – o segundo ano da pandemia da covid-19 – ainda está bem abaixo do registrado em 2019. Segundo a ArpenSP (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo), os cartórios do ABC registraram no ano anterior a pandemia 16.578 matrimônios, em 2020 o número foi de 11.845, uma queda de 28,55%. No ano passado, o total de enlaces saltou para 14.404, mas 13,11% inferior ao registrado em 2019.

Para o pastor Rogério Fontellas, da Igreja Família de Cristo, em São Bernardo, a tendência é de que o número de casamentos gradativamente volte ao patamar anterior à pandemia, porém isso pode demorar. Diz que no ano passado celebrou casamentos fora da igreja, em chácaras, e todo mundo com máscara. “Agora, esse ano eu não acredito em recuperação, até porque ainda estamos sob efeito da pandemia, que deixará marcas. Foram muitos sonhos adiados ou até deixados de lado porque alguém ficou ferido na pandemia. Eu acredito que em dois ou três anos haja a retomada do mesmo patamar, antes disso eu duvido”, diz o religioso.

Recuperação

Para o pastor Orlando Soares, da Igreja do Evangelho Quadrangular de São Caetano, a recuperação do número de casamentos já começou desde o ano passado. “Entre setembro e outubro eu fiz casamentos em cartórios. Também, em duas mil igrejas, foram 25 mil pessoas a serem batizadas isso com todo o respeito aos protocolos e normas sanitárias. Nas igrejas com capacidade para 3 mil pessoas se admite 50 e as celebrações são mais curtas também. Nos salões das igrejas não estamos liberando para festas”, comenta.

Também para Soares, a celebração do casamento não perde nada por ter menos pessoas. “Do ponto de vista da fé o casamento é uma aliança, uma escolha do casal, se não houver ninguém ou se tiver mil pessoas é indiferente”, comenta.

A Diocese de Santo André, que coordena 106 igrejas católicas no ABC, não tem o número de casamentos adiados durante a pandemia. “Cada paróquia segue as normas e orientações sanitárias, bem como os decretos municipais, e está alinhada tal questão diretamente com os nubentes. Os adiamentos ocorreram em maior escala nos períodos em que os órgãos civis decretaram o fechamento das igrejas, ou por disposição dos próprios nubentes que, devido a situação da pandemia, discerniram o adiamento”, diz.

Em Mauá, Rayane Coelho de Assis Lacerda, de 22 anos, e Fabrício de Assis Lacerda, de 23, celebraram sua união em  setembro em cerimônia realizada na igreja e festa em buffet. O casal, por conta da pandemia, adiou a celebração. “Pretendíamos casar antes sim, mas como a pandemia começou no início de 2020, nós já começamos a cogitar então com o buffet que poderia ser no fim de 2021 ou início de 2022, acabou sendo em setembro”, conta a jovem.

Mesmo depois de ter esperado, o casal ainda teve festa sob restrições por conta da pandemia. “Todos os convidados e o pessoal que trabalhou no evento tinham de transitar com máscara, exceto os padrinhos na entrada e nos momentos de foto. Teve música e na pista de dança era a mesma regra, com máscara. Além disso tive de reduzir a quantidade de convidados, tinha álcool em gel em todas as mesas e luvas descartáveis para o self service”, explica Rayane.

Mesmo assim a noiva, que em geral é a que faz mais planos e tem mais expectativas em relação à cerimônia, disse que a festa não perdeu o brilho. “Algumas pessoas ficaram incomodadas com as restrições, mas acontece. Foi muito lindo o casamento e foi como eu sonhava”, conta.

O pastor Fontellas conta que as medidas de proteção em nada afetam a união do casal. Acredita que quando um homem e uma mulher se colocam diante de Deus e da lei dos homens, e estão em frente a um ministro de Deus, não precisa nem festa, o que basta é receberem a benção. “Tem gente que, mesmo antes da pandemia, não fazia questão de festa, já outros não abrem mão. A cerimônia e a festa perfeitas são sonhos. Muitos crescem sonhando com o casamento”, explica.

O cuidado, porém, ainda é muito necessário, admite o pastor. “O risco é relativo, estamos sujeitos a nos contaminarmos em qualquer lugar, o excesso de exposição é outra coisa, o mundo ainda vive uma baita insegurança, mas também não dá para ficar tudo parado, o ser humano precisa viver, então acho que as pessoas devem reconsiderar a lista de convidados fazer a festa só para a família e um ou outro amigo, para ter um número menor de pessoas. Isso eu concordo”, completa.

Fonte: Repórter Diário

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