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São Paulo inicia projeto para identificar recém-nascidos na maternidade
Equipamentos de alta tecnologia permitem a
coleta biométrica para emissão da Carteira de Identidade Nacional
A Polícia Civil de São Paulo iniciou um projeto piloto
que permite realizar a identificação civil de recém-nascidos por meio da
biometria e emitir a Carteira de Identidade Nacional (CIN) ainda na
maternidade. A portaria da Delegacia Geral de Polícia autorizando a implantação
do serviço foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE).
O Programa de Identificação Civil Neonatal, pioneiro
no país, pretende garantir a inclusão formal da criança nos cadastros civis
desde os primeiros dias de vida. Além disso, é uma ferramenta no combate ao
tráfico de pessoas e ao desaparecimento de crianças.
“A ausência de tecnologia eficiente para esse serviço
impedia a coleta da biometria dos recém-nascidos. Agora, com a criação e
desenvolvimento do programa, conseguimos garantir a identificação civil do bebê
ainda na maternidade com a coleta de biometria por meio de escâneres de alta
definição”, disse o delegado Denis Almeida Chiuratto, do Instituto de
Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD).
Coordenada pelo IIRGD, do Departamento de Inteligência
da Polícia Civil (Dipol), a ação está alinhada ao Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), que determina a obrigatoriedade da identificação dos
recém-nascidos por parte dos estabelecimentos de saúde, especialmente das
famílias em situação de vulnerabilidade. O novo programa amplia esse direito,
fazendo a integração com os sistemas civis de identificação com segurança e
validade nacional.
Na capital paulista, o projeto foi implementado
inicialmente no Hospital do Servidor Público Estadual. Para maior privacidade e
efetividade do projeto, foi criada uma sala modelo de identificação civil
estruturada e disponibilizada pelo hospital, conforme as diretrizes técnicas
definidas pelo IIRGD.
O espaço conta com equipamentos de qualidade, alta
tecnologia e profissionais capacitados. “As informações biométricas e
biográficas do recém-nascido serão protegidas nos termos da Lei Geral de
Proteção de Dados”, informou o delegado.
A coleta biométrica é realizada por meio de um coletor
que recolhe as papilas digitais do recém-nascido entre 12h a 24h após o parto.
O processo inclui a captação da imagem da criança para a emissão da CIN.
Segundo a portaria que regulamenta o programa, ele
funcionará em caráter experimental por 180 dias, período em que será avaliada a
viabilidade técnica e institucional. Assim, atuará como referência para,
futuramente, ser expandido para outras maternidades do estado.
“Com a integração dos dados biográficos do
recém-nascido junto à base de dados da Secretaria Especial da Receita Federal e
dos dados biométricos junto ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços
Públicos (gov.br), conseguimos garantir ao bebê o pleno exercício da cidadania
digital”, explicou o delegado do IIRGD.
Fonte: Govsp